O que é o sistema Ving Tsun ( Wing Chun)
O que é o sistema Ving Tsun ( Wing Chun)
O que é o sistema Ving Tsun ( Wing Chun). Podemos ver o Sistema Ving Tsun (Wing Chun) sob muitos aspectos. Mas qualquer que seja a visão abordada, em algum grau, ela será limitativa. Por isso, penso que a atenção central, ao propor um entendimento sobre o Ving Tsun (Wing Chun), é não restringir as possibilidades de sua exploração.
Talvez seja essa a razão dos grandes mestres do passado não o terem definido. Por outro lado, como as pessoas poderiam entender suas qualidades distintas?
Diante desses desafios, quero apresentar, a título precário, uma proposta de entendimento do
Sistema Ving Tsun ( Wing Chun ) como um sistema para o desenvolvimento do Kung Fu, cuja elaboração é atribuída à Fundadora Yim Ving Tsun. É integralizado por seis domínios - Siu Nim Tau, Cham Kiu, Biu Ji, Mui Fa Jong, Luk Dim Bun Gwan e Baat Jaam Do - representados por listagens de dispositivos corporais de combate simbólico.
Essa coletânea de domínios (Siu Nim Tau a Baat Jaam Do) basta por si mesma para formar um todo completo que é o Sistema Ving Tsun (Wing Chun).
Mesmo que o nome e a disposição dos componentes de cada domínio dêem uma noção para o entendimento de sua natureza, nada necessariamente é especificado, comentado ou justificado com relação aos dispositivos corporais de combate simbólico.
O entendimento da natureza de um domínio é uma jornada que vai além da compreensão intelectual.
Se alguns de seus aspectos parecem uniformes e regulares, outros conduzem para a extrapolação dos limites de um ordenamento dado como certo. Cada característica é portadora de uma manifestação simbólica que pode ser vista como um guia para a compreensão do Sistema Ving Tsun(Wing Chun) como um todo ou em parte.
A partir do acesso à listagem dos domínios não se precisa fazer uso de um conhecimento teórico para o desenvolvimento do Kung Fu. Ele ocorrerá de modo intuitivo e sutil. Este processo é chamado de Sam Faat (Vida Kung Fu).
A escolha de usar dispositivos corporais para a constituição de um sistema, visando o desenvolvimento do Kung Fu, parece óbvia se considerarmos que a experiência corporal é a mais próxima, a mais íntima, a mais direta e aquela que se pode menos duvidar para frustrar a atividade dicotômica do pensamento, que petrifica a fluidez de uma tendência e impede que se perceba os sinais ínfimos da transformação que está por vir.
Por sua vez, desde os tempos remotos, os chineses perceberam que o combate é uma experiência emblemática para manifestar a base de seu pensamento (o Yam e Yeung) e compreender o funcionamento bipolar, possibilitando que pólos opostos se complementem, cujo processo é potencializado em situações de premência de morte. Por esse combate ser simbólico, é possível desenvolver a capacidade de transformar o adversário no próprio potencial a ser explorado em um conflito.
Talvez por isso, os dispositivos corporais de combate simbólico, chamados de Jiu Sik, foram concebidos, a partir de uma conduta feminina, para promover um tipo de experiência que é passível de se estender para a conduta, a partir da consciência aflorada.
Esse tipo de experiência, proporcionada pela ação de um Jiu Sik, é identificada como uma “experiência marcial”.
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